O estudo,
conduzido pelo Centro Nacional de Síntese Sócio-Ambiental, um orgão parceiro da
Fundação Nacional de Ciências Norte-Americana, destacou que testemunhamos
vários exemplos civilizações com níveis de desenvolvimento complexos entrarem em
colapso ao longo da história. "A queda do Império Romano (...), bem como
de vários Impérios Mesopotâmicos avançados, confirmam o fato de que
civilizações sofisticadas, complexas e criativas podem também ser frágeis e
impermanentes", diz a pesquisa.
Superpopulação,
clima, água, agricultura e energia são, de acordo com o estudo, os fatores mais
importantes relacionados a um possível declínio da humanidade e que podem,
inclusive, ajudar a avaliar o risco desse colapso. A desigualdade social também
contribui para o colapso, dizem os cientistas responsáveis pela pesquisa,
porque hoje em dia, altos níveis de desigualdade social estão ligados a um
consumo excessivo de recursos.
A
conclusão do relatório é que, em uma situação que reflita a realidade do mundo
hoje, (...), "achamos que será difícil evitar um colapso". Os
cenários possíveis preveem um alto consumo de recursos por parte das elites, o
que acaba privando as outras classes sociais desses recursos - e como são as
classes sociais abaixo da elite as responsáveis por produzir a riqueza
consumida pela elite, sem ela, toda a sociedade entraria em declínio.
A tecnologia pode nos salvar?
Apesar de
a tecnologia ter o potencial economizar recursos naturais ao aumentar sua
eficiência, ela também aumenta a velocidade com que esses recursos são
extraídos e o consumo de recursos per capita. Ou seja: no fim das contas, o
aumento da eficiência dos recursos extraídos acaba ficando no zero a zero, já
que a gente consome mais por ter mais acesso aos produtos industrializados que
são resultados dos recursos.
As
soluções apontadas pelo estudo são a redução da desigualdade econômica, pra
garantir uma distribuição de recursos mais justa, e a diminuição drástica do
consumo de recursos e também do crescimento populacional.
O relatório
não prevê a situação para datas específicas mas fala em 'próximas décadas'.
Outros estudos que analisam a insustentabilidade do modelo tradicional de
sociedade ocidental e a possibilidade de colapso falam em 15 a 20 anos, mas
essa é considerada uma estimativa pessimista. Cedo ou tarde, todos esses
relatórios costumam concordar que melhorar a distribuição de renda e reduzir
drasticamente o consumo de recursos é a única maneira de impedir o colapso do
modelo socioeconômico ocidental.
Via The Guardian
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